Eu gosto de registrar tudo (o que consigo) em cadernos, no papel, essas coisas. Já entendi que essa é a maneira pela qual eu processo e interajo melhor com o mundo ao meu redor: um punhado de palavras no papel, desenhos e releituras visuais.
Como traduzir visualmente experiências?
Já me acostumei com a ideia de que os registros sempre serão apenas uma pontinha do que realmente foi a experiência. Revisitar meus diários me transporta pra lugares diferentes e até outras Izadoras que já nem conheço mais. Ainda que não consiga recuperar todos os detalhes eu gosto de reviver essa nostalgia, gosto de como é encontrar um pedaço de mim por aí.
Nos meus diários eu misturo referências dos locais, passeios, registros das comidas (importantíssimo) e das companhias. São anotações e desenhos menos preocupados com qualidade e refinamento. É um espaço até mesmo de testar novos técnicas, escrever e arriscar um pouquinho mais.
Férias de 2017
Páginas iniciais do caderninho de férias
Esse diário é relativamente recente: uma viagem de 2017 em que acompanhei minhas amigas em shows da Lucy Rose em Buenos Aires e São Paulo. No meio disso ainda visitamos Montevidéu.
HORA DA AVENTURAA Rambla é <3Gin Tônica, passeios e mosquitinhos muito loucos.
Conhecendo o famoooso Parque Rodó.
Pizza e a receita de fainá que sempre esqueço de anotar :v
É muita coisa pra acompanhar. Eu não consigo dar conta de todos os livros que gostaria de ler, de todas as séries que tem na minha lista do Netflix ou dos podcasts que salvei nos meus favoritos. Ainda assim tento guardar algumas coisas. Umas listas nos aplicativos de organização, umas passagens sublinhadas, fotos das páginas que queria mesmo era enquadrar e pendurar pelas paredes de casa.
O segundo trimestre desse ano foi corrido, mudança de estado, adaptações e novas descobertas. A lista é enxuta, mas foram obras e produções que me acompanharam nesse período de transição e certamente vão sempre ser uma lembrança de uma época de grande expectativas e uma boa dose de caos.
Do sketchbook para o virtual: menu dos últimos meses
Séries
Fleabag (1ª e 2ª temporadas): Daquelas séries pra se apaixonar pela protagonista fanfarrona. Boa pra maratonar.
Dark (2ª temporada): depois de uma primeira temporada incrível, chegamos cheios de expectativas na segunda. Reviravoltas, linhas temporais malucas, não faltou o básico da temporada anterior, mas a surpresa e o encantamento se perderam um pouco. Ainda assim ficou a curiosidade pra ver como irão fechar essa linha do tempo doida.
The call to courage: documentário/especial com uma fala muito inspiradora da Brené Brown. Sobre se permitir ser vulnerável, se permitir errar, ser mais humano. Recomendaria pra todo mundo, especialmente quem tá naqueles momentos pra baixo e precisa de uma forcinha.
Tuca & Bertie: animação criada pela Lisa Hanawalt. Ainda não superei a decepção de não ter sido renovada para uma segunda temporada, porque é uma série tão massa, leve, divertida, mas que ao mesmo tempo trata de assuntos tão pesados como assédio de uma forma não forçada. É uma pena mesmo.
Livros
Keep Going – Austin Kleon: Já li os dois livros anteriores e só fica melhor. Também uma leitura pra se inspirar e tirar forças pra continuar criando, seja para o trabalho, mas principalmente pra si mesmo.
Bobagens imperdíveis para se ler em um sábado de manhã – Aline Valek: A Aline tem sido pra mim uma das maiores referências de escritora e artista. Adoro tudo que ela produz (e ela escreve and ilustra <3): o jeito direto e objetivo, mas longe de ser sem graça, de contar histórias, a maneira como faz conexões com fatos e situações aleatórias, como escreve coisas que te deixam tanto tempo ruminando pensamentos… Também tive o prazer de participar de uma oficina dela sobre processo criativo nesse ano. Foi incrível!
“Comece tosco”“O erro é inevitável e a organização é imprescindível” + bônus de um aviso sobre aqueles dias mais ou menos.
Comer pra não morrer – Michael Gregner e Gene Stone: Gosto de ler sobre alimentação, mas tento fugir da noia de dietas (com essas obsessões a gente fica sempre um passinho de desenvolver um transtorno alimentar, o que é uma coisa bem séria). Esse livro me abriu os olhos sobre a importância e benefícios de dietas baseadas em plantas (numa tradução literal de plant-based diets) . São muitas informações, estudos e pesquisas apresentados. É um prazer ler trabalhos assim em tempos de viralização de dicas milagrosas e achismos pela internet. Eu ainda estou longe de conseguir só colocar pra dentro alimentos que realmente contribuem pro meu corpo, mas fico feliz de ter conseguido cortar totalmente a carne desde o início desse e ano e de cada vez mais estar cozinhando o que como. É um começo!
Música
The National – I’m easy to find: essa foi a trilha oficial da minha chegada à Brasília. Muitos sentimentos e descobertas.
“I’m not afraid of being alone, I just don’t know what to do with my time” – The National – Quiet Light
Podcasts
Mamilos: O ep. 195 me deu um nó, principalmente porque ouvi nos dias em que ainda estava sozinha por aqui e pensando demais sobre a vida (como sempre). Fiquei ouvindo e desenhando aleatoriamente, enquanto pesquisava sobre design e referências visuais, por isso a aleatoriedade do desenho abaixo.
“Nós somos seres de troca”
E por aí, o que rolou? O que me indicam? Muito do que tá nessa lista surgiu por indicações que roubo por aí: alguém fez um comentário sobre a série na internet, vi alguma publicação sobre o livro em um blog, etc. Gosto mais de ler ou assistir a algo que alguém indica (mesmo que seja alguém que eu nem conheça) do que ficar zapeando por minha conta. Mandem suas sugestões 😉